Guia de Investimentos: Bolsa de Valores, Produtos Bancários, Negócio Próprio ou Franchising?
Descubra o que é melhor para você neste guia completo extraído do nosso minicurso de investimento em franquias na Hotmart. Versão atualizada e ampliada.
O que são investimentos?
Os investimentos são uma forma de alocar recursos com o objetivo de obter retorno financeiro. Investimentos podem ser realizados em diversos ativos, como ações, títulos, imóveis e empresas. Ao realizar investimentos, os investidores buscam aumentar seu patrimônio ao longo do tempo.
A diversificação de investimentos é uma estratégia comum para reduzir riscos. Entender o perfil de investidor é crucial para escolher os investimentos mais adequados.
Os investimentos estão sujeitos a flutuações do mercado, e a pesquisa é essencial antes de tomar decisões. Investir envolve analisar oportunidades, avaliar riscos e tomar decisões informadas. Os investimentos desempenham um papel importante na construção de riqueza a longo prazo.
O sucesso nos investimentos requer paciência, disciplina e conhecimento contínuo. A diversidade de investimentos permite adaptar estratégias conforme as condições do mercado. Investir de forma inteligente pode proporcionar retornos significativos ao longo do tempo.
Os investimentos podem ser uma ferramenta poderosa para alcançar metas financeiras e construir um futuro sustentável. Escolher os investimentos certos requer análise e entendimento do ambiente econômico. Os investimentos bem-sucedidos geralmente resultam de uma abordagem equilibrada e estratégica.
Conhecer as diferentes classes de ativos é fundamental para construir um portfólio diversificado. A orientação de um profissional financeiro pode ser valiosa ao tomar decisões de investimento. Em resumo, investimentos são uma maneira de fazer o dinheiro trabalhar a seu favor, criando oportunidades de crescimento e prosperidade ao longo do tempo.
Série: Guia de Investimentos – Bolsa de Valores, Produtos Bancários, Negócio Próprio ou Franchising?
1. Franchising, um investimento empreendedor
Quando pensamos em franquias, automaticamente nos vem à cabeça o nome de grandes marcas que fazem sucesso trabalhando nesse formato. Aquela loja que você frequenta no shopping ou aquele quiosque famoso que vende seu perfume favorito. Entretanto, o conceito de franquia vai além e abrange diversas áreas e formatos.
Mas antes de avançarmos, é necessário entender o que é franquia e qual o seu significado.
Segundo o dicionário online, o termo franquia significa: “Contrato em que o titular de uma marca registrada, patente ou registro de propriedade industrial concede a outrem licença para a utilização de sua marca, bem como de seu processo de produção, produtos ou sistema de negócios, mediante o cumprimento de determinadas condições.”
Ou seja, nada mais é do que uma estratégia de comércio para ampliar e utilizar alguma marca, patente e infraestrutura. A franquia também permite que a marca seja replicada em diversas localidades, não ficando presa apenas ao espaço em que foi criada.
Para a implementação deste formato é necessário que o franqueador ofereça ao franqueado por meio de contrato, mediante a um pagamento prévio, a autorização de uso de sua marca ou patente para que seja reproduzido igual ao modelo original.
Através dessa autorização, o franqueado pode se utilizar de uma marca já consolidada no mercado para se beneficiar e ter seu negócio.
1.1 História
Apesar de as franquias serem grandes sucessos atualmente, a sua história é bastante antiga. Segundo alguns pesquisadores, a primeira franquia a surgir no mundo foi justamente a Igreja Católica, visto que era um modelo pronto e que ia passando por diversas pessoas. Nessa ocasião, os padres poderiam ser considerados os ‘franqueados’, enquanto o franqueador era o Vaticano, padronizando todas as unidades ao redor do planeta.
Entretanto, é possível encontrar indícios de um sistema parecido com o de franquias durante a Idade Média. Se analisarmos a etimologia da palavra ‘franchising’, entenderemos que é de origem francesa e o termo ‘fran’ significa concessão. Foram criadas então as ‘cidades francas’, onde os reis concediam ao povo o direito de circular, comercializar e viver na região em troca de um valor financeiro.
Ainda que a história apresente esses relatos como ‘franquias’, é notável que o modelo é apenas similar ao que conhecemos hoje. Com o passar dos anos, diversos negócios foram surgindo, mas apenas em 1860 é que surgiu o modelo mais parecido com esse que nós conhecemos.
Na ocasião, a empresa de máquinas de costura, Singer, decidiu ampliar seus negócios. A ideia era expandir a marca e comercializá-la por todo os Estados Unidos. Com os representantes devidamente aptos a vender o produto, a marca se espalhou por todo o território americano e ficou amplamente conhecida, não só no país, mas no mundo.
Esse modelo implementado pela Singer chamou a atenção de outras marcas, que passaram a replicá-lo, fazendo com que as franquias, como conhecemos hoje, ficassem conhecidas e se tornassem um dos grandes modelos de negócios.
Cerca de 30 anos depois, a marca de cabeleireiros ‘Harper’ também decidiu expandir seus negócios em território americano. Uma canadense que vivia nos Estados Unidos, notou o sucesso de seu salão de beleza e por isso passou a aplicar treinamentos, mediante ao pagamento de taxas e assinaturas de contrato. Após as pessoas treinadas serem consideradas aptas, elas poderiam abrir negócios em outras regiões do país, desde que sempre comprassem produtos com a proprietária do Harper.
Apesar de a história ser antiga, foi apenas após a Segunda Guerra Mundial que o mercado de franquias decolou. Diversos soldados que retornavam do combate e haviam perdido seus empregos encontraram no modelo de franchising uma maneira de se reerguer. Diversas grandes marcas conhecidas até hoje pelo modelo de franquia implementado surgiram nesse momento.
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No Brasil
Já no Brasil, em 1910 era possível encontrar um modelo de negócio bastante parecido com as franquias que conhecemos nos dias atuais. Era o caso dos calçados Stella, em que o empresário Arthur de Almeida Sampaio, contratou representantes para expandir sua marca em outros pontos do país.
Já no estilo de franquia no qual estamos acostumados, começou-se a falar apenas depois dos anos 1980. A escola de inglês Yázigi foi a pioneira, seguida por outras grandes marcas que ainda estão em atuação, como por exemplo, a loja de cosméticos e perfumes O Boticário.
Em 1987 foi constituída a Associação Brasileira de Franchising (ABF), que regulamentou o negócio no país e ajudou a impulsionar o modelo em território nacional. Isso explica, em parte, a expansão do sistema no Brasil em 1990.
1.2 Conceitos gerais
No mercado há diversos tipos de franquias e você escolhe qual modelo deseja abrir de acordo com suas demandas. O franqueado poderá escolher de acordo com o que e onde deseja empreender, com suas estratégias pessoais e financeiras e também quais responsabilidades deseja ter.
Termos utilizados
Para começar a entender melhor o que é franchising, é preciso primeiro conhecer os termos utilizados para se familiarizar.
Veja lista com as principais expressões utilizadas no universo das franquias:
Franqueador: Empresa ou pessoa responsável pela criação da marca. É ela quem vai dar início à expansão dos negócios e buscar parceiros para a abertura de franquias.
Franqueado: Investidor. Pessoa física ou jurídica que adquire uma unidade franqueada. O franqueado é escolhido após um processo de seleção e terá o direito de representar a marca. Ele é quem administra a franquia, antes de maiores avanços nas negociações.
COF: Circular de Oferta de Franquia. É o documento que o franqueador deve entregar para o franqueado, contendo todas as informações necessárias e importantes sobre a rede de franquias.
Manual: É o famoso ‘know-how’. Através dos manuais é que o franqueador vai passar todo o modelo de negócio para o franqueado. Uma das vantagens de se adquirir uma franquia é exatamente essa, investir em um negócio já testado. Através dos manuais, o investidor tem em mãos o que deve seguir ou não.
Capital de giro: Além do dinheiro inicial investido, o empreendedor precisa ter uma reserva para o negócio começar a ‘girar’. Um dinheiro extra para conseguir se manter nos primeiros meses enquanto ainda não há lucro. Esse capital a mais é o chamado capital de giro.
Royalties: É a taxa paga mensalmente ao franqueador e que garante ao franqueado o direito de uso da marca. Normalmente o valor é em relação ao percentual de faturamento bruto mensal.
Taxa de franquia: É o valor inicial investido. Após o pagamento da taxa de franquia, o empreendedor passa a ser franqueado e pode começar a atuar na área. O valor é pago no momento da assinatura do contrato e significa a compra do ‘know-how’, do negócio testado.
Prazo de retorno do investimento (Payback): É o tempo em que o franqueado terá para ter novamente o dinheiro investido. Por meio de cálculos é possível definir o payback.
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Negócio próprio ou franquia?
Essa é uma questão bastante comum para quem está buscando investir em um negócio. Ambas as partes têm pontos positivos e negativos, portanto é necessário colocar na balança e avaliar qual das ideias se alinha melhor com o seu propósito.
Abrir um negócio próprio do zero não é fácil, além dos riscos que o empreendedor corre ainda é necessário definir diversos pontos e consolidar a marca no mercado.
O próprio empreendedor deverá criar estratégias de marketing, elaborar um manual de treinamento para seus funcionários, pensar em como fidelizar seu público, além de diversos outros fatores que podem dificultar a vida do empresário. Entretanto, há o lado positivo da liberdade. Um negócio próprio é livre para mudanças e adaptações necessárias o quanto for preciso. O empresário pode escolher para quem vender, como adotar tais medidas e estratégias e escolherá sua marca de acordo com seu gosto pessoal.
Caso o empreendedor opte pela franquia, estará contratando o know-how da marca, ou seja, marca, marketing, manual de treinamentos, dentre outros pontos, que já virão prontos para uso, bastando apenas colocá-los em prática. Além disso, uma marca já consolidada tem fidelização de clientes, portanto as chances da empresa dar certo são maiores.
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Investimentos
Quando se tem dinheiro e quer que ele siga rendendo, é preciso investir. Um bom empreendedor sempre irá buscar maneiras de fazer seu capital aumentar e irá encontrar métodos para que a sua gestão financeira seja ainda mais valorizada.
Foi-se o tempo em que colocar dinheiro na poupança era sinônimo de um bom investimento. Atualmente a modalidade já está ultrapassada e não acompanha mais a inflação, portanto, colocar o dinheiro em poupança não é uma maneira de investir e sim de poupar e guardar seu capital com o intuito de que você não gaste o que tem.
Hoje em dia, com a modernidade e com o mercado de investimentos cada dia mais próximo é possível encontrar diversas opções de investimentos que rendem mais e vão te trazer frutos futuramente.
Entretanto, antes de sair aplicando em qualquer tipo de investimento, é necessário avaliar e conhecer bem qual o tipo de método você está utilizando. Apesar de todos serem focados na valorização do capital, nem todos são perfeitos para você. É preciso analisar e definir qual se encaixa melhor em seu estilo de vida e qual irá entregar o resultado final que você almeja.
2.1 Definição
Se você nunca investiu, é capaz que esteja um pouco perdido nessa questão, então para aprofundar um pouco no conceito de investimento trazemos uma explicação breve do que é e como funciona. Ter esse conhecimento é fundamental para conseguir atingir as suas metas e propósitos, além de conseguir definir qual o melhor caminho para seguir.
Do básico, investimento é todo e qualquer gasto ou aplicação que no futuro terá um retorno. Em primeiro lugar, sempre associamos o conceito de investimento com o dinheiro, entretanto é possível investir em outras coisas, como por exemplo, o capital social e intelectual, mas aqui vamos focar no capital financeiro.
Investir dinheiro significa que há um desejo de multiplicar seu patrimônio. Há diversas maneiras de se fazer isso, desde uma simples aplicação no banco, em que os juros compostos irão atuar e fazer com que o dinheiro renda ou até mesmo com o investimento em imóveis e franquias.
Após entender o conceito de investimento, é necessário se auto analisar e descobrir que tipo de investidor mais se encaixa com a sua realidade. São três as principais personalidades de um investidor:
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Conservador
Esse tipo de investidor é aquele que prioriza a segurança e busca ter uma rentabilidade menor ou de longo prazo. Os modelos mais buscados por ele são os que propõem renda fixa, visto que o controle de suas rendas é algo fundamental. Ativos que podem ocorrer grandes e rápidas oscilações, como por exemplo, trading na Bolsa de Valores, não são opções mais adequadas para o investidor conservador.
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Moderado
Diferente do conservador, o moderado arrisca um pouco mais, buscando uma maior rentabilidade. Esse tipo de investidor busca uma maior parcela de renda variável, entretanto sempre com muita cautela. Investimentos que demandam grandes riscos não fazem parte da vida do investidor moderado. Uma boa sugestão é investir em fundos imobiliários ou de multimercado, que se encaixam perfeitamente com esse tipo de perfil.
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Agressivo
Esse estilo de investidor não tem medo. A sua grande meta é render o maior lucro possível sobre seu patrimônio. Investimentos com grandes rentabilidades de curto prazo na Bolsa de Valores, são os que mais o interessam. Esse investidor possui menos sensibilidade à perda.
2.2 Modalidades
Após entender o que é investimento e conhecer os três tipos de investidor, é preciso definir então qual o melhor modelo para aplicar-se. Muitas dúvidas acabam surgindo e geram insegurança ao investidor. Essas dúvidas e questionamentos surgem justamente pelo momento crítico em que o país vive. As incertezas políticas e econômicas, somadas às inseguranças jurídicas, levam o futuro investidor a refletir e ficar receoso.
No Brasil, são inúmeras as opções de investimento. Se pensarmos em franquias contabilizamos mais de 3000 marcas disponíveis, e quando falamos de aplicações financeiras temos diversas opções como a renda fixa, tesouro direto, Bolsa de Valores, Certificado de Depósito Bancário, títulos públicos, câmbio, crédito imobiliário, criptomoedas dentre outros que vamos detalhar mais adiante.
Entretanto, ressaltamos que antes de tomar qualquer decisão é necessário avaliar, não somente a modalidade desejada, mas também fazer uma autoanálise e definir em qual perfil o investidor se encaixa melhor.
Se o desejo é empreender, possui tempo para se dedicar à gestão de uma empresa e está disposto a trabalhar com franquias, o modelo de franchising pode ser uma boa. Agora se não possui tempo e deseja trabalhar com outro nicho, talvez as aplicações bancárias funcionem melhor. É tudo uma questão de análise e adaptação.
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2.2.1 Investimentos na Bolsa de valores
Um dos modelos de investimentos mais conhecidos do mundo é a bolsa de valores. Ao assistir jornal é muito comum ouvirmos que a bolsa caiu ou que a bolsa está em alta, mas o que isso realmente significa?
A Bolsa de Valores ou mercado de ações é um ambiente não físico em que acontecem compras e vendas de ações, títulos públicos e commodities. Exemplificando, é um local próprio para compra e venda de frações de algumas determinadas empresas.
O modo mais conhecido de investimento na bolsa são as chamadas ações. Quando o investidor compra uma ação, ele está comprando uma pequena parte de uma empresa e se tornando um acionista do negócio. Os rendimentos que aquela empresa tiver, uma parte retornará ao sócio acionista.
Apesar de esse ser o mais popular, a Bolsa de Valores oferece outras opções para os investidores. Mercado à vista, Derivativos Listados, Derivativos de Balcão, ativos de renda fixa, crédito imobiliário e financiamento de veículos são algumas das outras opções oferecidas.
Índice Bovespa
Funcionando como uma espécie de termômetro, esse índice apresenta as principais ações do Brasil, ou seja, as mais negociadas. As maiores empresas do país (Petrobras, Itaú, Vale…) estão incluídas no índice, que representa cerca de 80% de todas as ações da bolsa de valores brasileira.
Ele aponta a valorização e a desvalorização das ações de cada uma das empresas. Ou seja, quando escutamos que a Bolsa caiu, significa que as ações estão se desvalorizando, isso causa apreensão nos investidores, levando a efeitos em cascata, quando os índices estão em alta, significa valorização das ações, um bom momento para quem está ‘comprado’.
Eficiência
Ao aprofundarmos nossa discussão sobre Bolsas de Valores, vemos que esse modelo de investimento pode ser tão eficiente quanto outros modelos. A Bolsa por sua vez se torna uma boa opção, principalmente nos momentos de crise e turbulência, momento esse que surgem as oportunidades mais rentáveis para se investir.
Um exemplo disso foi durante a pandemia de Covid-19, em um dos momentos mais turbulentos da história do país, o Ibovespa apontou queda de 47%. Entretanto, não demorou muito para conquistar novamente a confiança dos investidores e apresentar crescimento de 166%, chegando a 105 mil pontos apenas três meses após a queda.
Devo investir na Bolsa?
Apesar de a B3 ser tão eficiente como qualquer outro tipo de investimento, é preciso ter cuidado. Como qualquer modalidade há riscos de não ter um resultado esperado e sair com enorme prejuízo en questão de horas.
Recomenda-se que para investir na Bolsa de Valores os interessados conheçam e tenham certa familiaridade com o mercado de ações. Além disso, esse tipo de investimento costuma ser o ideal para investidores cujas habilidades sociais são reprimidas, que buscam alternativas de renda que podem ser acompanhadas em tempo real com interação gráfica, analítica e noticiada, sejam mais metódicos e tenham uma certa satisfação por interagir com home-brokers e não tenham pressa para obter resultados. A Bolsa se torna um ótimo negócio principalmente para objetivos a longo prazo.
Por fim, é necessário estar por dentro das notícias políticas e econômicas para entender quais atitudes devem ser tomadas com as suas ações. Reserve um momento do seu dia para avaliar o mercado e definir o que é melhor para a sua aplicação.
2.2.2 Fundos Imobiliários
Essa outra modalidade, como o próprio nome já diz, vai abordar os investimentos imobiliários. Isso não significa que o investidor terá de comprar imóveis e apostar em sua venda ou aluguel. O Fundo Imobiliário ou FII como é popularmente conhecido, funciona como uma espécie de sociedade. O investidor vai comprar uma determinada fração dos investimentos do imóvel e, ao lado de outros sócios, é possível investir em shoppings, hospitais, agências bancárias, hotéis, dentre outros.
Além disso, quem opta por essa modalidade, não precisará se preocupar com a gestão do empreendimento, visto que existe um gestor próprio para administrar cada um dos bens, o que facilita o trabalho. Entretanto, não pense que é apenas deixar nas mãos do gestor e aproveitar os lucros obtidos. É necessário que o investidor conheça onde está aplicando e esteja atento para investir mais dinheiro e acompanhar os resultados.
Vantagens
Quem optar por esse tipo de investimento poderá ter como vantagem o repasse de 95% do lucro líquido do empreendimento. Outro ponto é que, em alguns casos determinados, quem possui cotas imobiliárias não precisa se preocupar com o imposto de renda, já que a modalidade é isenta.
De acordo com a Lei 8.668/93, que regulamenta os Fundos Imobiliários, os fundos devem distribuir aos cotistas, no mínimo, 95% dos lucros auferidos, baseados no regime de caixa e em demonstrações financeiras semestrais. Isso significa que os cotistas têm direito a receber, no mínimo, 95% do lucro líquido do fundo, descontados os impostos e despesas operacionais.
Quanto ao imposto de renda, os Fundos Imobiliários são tributados de acordo com a tabela regressiva do IR, com alíquotas que variam de 20% a 15%, conforme o período de retenção. No entanto, alguns fundos imobiliários são isentos de imposto de renda, como os Fundos de Investimento Imobiliários em Renda Fixa (FIIs de CRI) e os Fundos de Investimento Imobiliários em Letras Hipotecárias (FIIs de LH).
Portanto, quem optar por investir em Fundos Imobiliários poderá ter como vantagens:
- Receber, no mínimo, 95% do lucro líquido do empreendimento;
- Possibilidade de isenção do imposto de renda, em alguns casos.
É importante ressaltar que, como todo investimento, os Fundos Imobiliários também apresentam riscos, como a volatilidade do mercado e a possibilidade de perdas. Portanto, é importante fazer uma análise cuidadosa antes de investir.
Além disso, investir em um fundo imobiliário possui a vantagem de ter menos burocracia. O fato de um gestor intermediar as negociações auxilia nessa questão.
Outro ponto é que há uma certa economia e praticidade se comparado com quem optou comprar um imóvel próprio e alugá-lo ou vendê-lo. Caso o investidor precise de recurso rapidamente, é possível realizar a venda de suas cotas sem grandes problemas, algo que não passaria caso quisesse vender um imóvel, por exemplo.
Fundos de Papel: Assim é chamado o fundo imobiliário de quem opta pela compra de títulos relacionados ao mercado imobiliário, ao invés de comprar o próprio imóvel. Esse tipo de fundo também atua em grande parte na questão dos recebíveis imobiliários.
Um fundo de papel é composto por alguns recebíveis, podendo constar na carteira Letras de Crédito Imobiliário (LCI), Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI), Cotas de Certos Tipo de Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) ou Letras Hipotecárias (LH).
De todos esses compostos, a maioria se classifica como ativo de renda fixa, entretanto o CRI pode ser uma alternativa para a renda variável.
Fundos de Tijolo: Diferente do fundo de papel, esse tipo de FII foca nos imóveis físicos e pode atuar na locação, construção, venda ou outros pontos relacionados ao imóvel em si. Na carteira desse tipo de investimento é possível encontrar aplicações em diversos empreendimentos e em vários lugares, enquanto outros tipos focam apenas em uma única opção. Um exemplo é quem escolhe investir apenas em shoppings, enquanto outros colocam na carteira shoppings, hotéis, hospitais e outros locais.
Fundos Híbridos: Como o próprio nome diz, ele é a mistura dos fundos anteriores. Ele pode ter na carteira tanto investimentos em papéis, quanto investimentos em imóveis propriamente ditos.
Cotas
Ao adquirir uma fração de algum imóvel, o investidor está adquirindo uma cota. Assim como em outros investimentos, o retorno financeiro é dividido proporcionalmente pelo número de cotas que cada investidor possui, ou seja, quem possui mais cotas recebe uma parcela maior dos rendimentos.
Os fundos imobiliários mais populares normalmente são negociados através da bolsa de valores, entretanto algumas são negociadas diretamente com o investidor, deixando o processo um pouco mais burocrático, por exemplo.
Rendimento e riscos
O investidor poderá ter um retorno de seu investimento a curto ou longo prazo, tudo dependerá do combinado com seu gestor. Por lei, os gestores são obrigados a distribuir os lucros uma vez a cada semestre, entretanto há casos que optam pela distribuição mensal, gerando lucros recorrentes aos investidores.
O valor recebido será de acordo com o número de cotas adquiridas e também pela política de investimento. O pagamento de aluguel do inquilino para o gestor é o mais comum, entretanto é possível lucrar com a venda dos direitos sobre os imóveis e outras opções.
Mas claro, assim como outros investimentos, os fundos imobiliários também possuem riscos. O principal é a desocupação do imóvel. Caso isso ocorra, o pagamento do aluguel será suspenso, afetando diretamente os rendimentos do investidor.
Qualquer problema envolvendo o mercado imobiliário pode afetar os FIIs. Desde uma enchente obrigando a desocupação do local, quanto dificuldade para encontrar inquilinos.
Outro fator que pode acabar prejudicando esse tipo de investimento são os riscos relacionados à regulamentação. Essas questões envolvem setores federais, estaduais e municipais, e podem afetar diretamente nas regras para compra, venda e aluguel dos imóveis. Além disso, as questões burocráticas que envolvem esse investimento podem comprometer em algumas ocasiões, visto que em alguns casos é preciso liminares, aprovação de autoridades ou regras de zoneamento. É preciso ter cuidado para avaliar com tranquilidade todos riscos.
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2.2.3 Produtos Bancários
Quem utiliza serviços bancários, com certeza já se deparou com alguns dos produtos oferecidos pela instituição, entretanto, pode não ter notado que muitos deles são formas de investimento. São tantas as ofertas feitas, que muitas vezes o cliente acaba ficando com dúvidas e não busca entender o que significa cada uma.
Apesar disso, muitos produtos fazem parte do cotidiano, é o caso da conta bancária, por exemplo.
Quando falamos de investimentos, o assunto fica complexo, afinal envolve taxas, juros e um conhecimento mais específico a respeito do assunto.
No geral, os bancos atuam como intermediários nessas questões, eles oferecem o produto bancário e atuam na gestão dos recursos. Supondo que o investidor realize uma aplicação no banco, o dinheiro que ele aplica ficará à disposição da instituição para trâmites com outros clientes. Caso alguém contrate um serviço de empréstimo, por exemplo, o banco poderá usar o dinheiro investido para essa transação. Quando o dinheiro é devolvido para o banco, a instituição retorna o valor para o investidor corrigido com juros. É daí que surgem os rendimentos aplicados na sua conta de acordo com o valor investido seja na poupança ou em qualquer outro investimento bancário.
Fundos de Investimento
Poderíamos tratar de inúmeros produtos bancários, entretanto, nosso foco são os investimentos. Nas instituições bancárias são oferecidos alguns tipos de serviços para investir dinheiro com foco no retorno futuro, um deles são os fundos de investimento.
Ao aplicar o dinheiro, o investidor terá como opção os fundos de renda fixa, sendo os mais populares: o CDB (Certificado de Depósito Bancário) e RDB (Recibo de Depósito Bancário).
Poupança: Esse com certeza é a modalidade de investimento mais conhecida do país e funciona de uma maneira muito fácil. Basta depositar o dinheiro, deixar rendendo na conta e ao fim do mês acompanhar os rendimentos. Entretanto, a poupança é uma modalidade atrasada e que não acompanha o ritmo de investimentos conservadores como o Tesouro Direto, portanto, acaba rendendo menos do que o esperado, nada ou até perdas com a deflação. Hoje em dia já é possível encontrar outros investimentos que rendem mais e são tão seguros quanto.
É importante esclarecer que a poupança não é um fundo de renda fixa. A poupança é um depósito bancário tradicional, que é remunerado por uma taxa de juros fixada pelo governo federal.
Os fundos de renda fixa, por sua vez, são uma modalidade de investimento coletivo, que reúne recursos de vários investidores para serem aplicados em uma carteira de ativos financeiros de renda fixa. Os fundos de renda fixa oferecem uma variedade de opções, com diferentes níveis de risco e rentabilidade.
CDB e RDB: Ambas são as opções explicadas acima, nesse caso quem opta por investir em alguma das modalidades de certa forma empresta seu dinheiro para o banco realizar outras operações financeiras. Depois, o valor é devolvido com juros corrigidos e os rendimentos aparecem.
A diferença entre o CDB e o RDB é que o primeiro pode ser negociado pelo investidor antes do vencimento, enquanto o segundo é intransferível.
Ambos são títulos de renda fixa e podem ser contratados como prefixados ou pós-fixados, ou seja, é possível calcular previamente o valor que irá receber já na data de vencimento do título ou não. No caso dos pós-fixados, o rendimento do título é relacionado a algum índice, portanto fica inviável o cálculo prévio de seus rendimentos.
Em resumo, os fundos de renda fixa mais populares são:
- Tesouro Direto: títulos públicos do governo federal, que são considerados um investimento de baixo risco.
- CDBs: títulos de dívida emitidos por bancos, que oferecem uma rentabilidade superior à poupança.
- LCI e LCA: letras de crédito imobiliário e do agronegócio, que são emitidas por bancos e têm isenção de imposto de renda para pessoas físicas.
- CRI e CRA: certificados de recebíveis imobiliários e do agronegócio, que são emitidos por empresas, com rentabilidade atrelada ao mercado imobiliário ou do agronegócio.
Riscos
Como todo e qualquer investimento, os produtos bancários não ficariam isentos de riscos, entretanto comparado a outros, esses investimentos possuem riscos mínimos. Como o valor é depositado diretamente em uma instituição financeira, digamos que o maior risco que pode passar é o banco ou a instituição declarar falência e o investidor não receber o dinheiro. Outro risco que é possível, é a perda de dinheiro por conta da variação dos índices.
No caso dos pós-fixados, quando há um aumento nas taxas de juros, há maior rentabilidade, já se caem as taxas, o rendimento cai.
Nos pré-fixados ocorro o oposto. O momento de queda nos juros beneficia, enquanto o aumento nas taxas prejudica.
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2.2.4 Tesouro Direto
Em 2002 o Tesouro Nacional, que é o órgão responsável pela dívida pública, em parceria com a B3 (antiga BM&FBovespa), desenvolveu o programa de Tesouro Direto para a venda de títulos públicos federais a pessoas físicas.
As vendas dos papéis que são feitas diretamente pela internet, oferecem ao investidor a oportunidade de aplicar com pouco dinheiro. É possível investir a partir de R$30,00. Além disso, o programa é considerado um dos mais democráticos, visto que oferece diariamente uma liquidez para todos os papéis, sem distinção.
Ao comprar um título público federal, em outras palavras, você está emprestando dinheiro ao Governo e futuramente poderá retirá-lo com juros e correções.
O Tesouro Direto oferece papéis com diferentes tipos de rentabilidade, tudo de acordo com o perfil do investidor e a meta futura. É possível encontrar aplicações prefixadas, ligadas à variação de inflação ou variação da taxa de juros básica da economia – Selic.
Ao buscar pelo investimento é possível participar de um breve teste no próprio site do programa para definir qual o melhor tipo de investimento.
Tesouro Prefixado (LTN)
O tesouro prefixado, como o próprio nome já diz, irá trazer ao investidor os possíveis resultados previamente, isso é, quem investir dinheiro nessa modalidade saberá exatamente na data da aplicação o quanto irá receber na data de vencimento.
Com essa modalidade de investimento é possível resgatar o dinheiro antes da data prevista, entretanto há riscos tanto de prejuízo, quanto de se retirar mais do que o esperado. Isso acontece porque o valor do título comprado sofre diversas oscilações com o passar do tempo, de acordo com os juros. Portanto, o quanto seu dinheiro irá render, dependerá do momento em que ele foi resgatado.
Tesouro Prefixado com Juros Semestrais (NTN-F)
Nessa modalidade também é possível saber previamente o quanto seu dinheiro irá render até a data de vencimento do título, entretanto, diferente do LTN, o tesouro prefixado com juros semestrais, realiza o pagamento do chamado “cupom”, duas vezes ao ano. Ou seja, o investidor recebe semestralmente os juros que já venceram até aquele momento.
Por um lado, isso pode ser um excelente negócio, visto que o investidor terá fluxo de caixa semestral e não precisará se preocupar em resgatar o seu título previamente antes da data de vencimento. Entretanto, todo semestre, ao ser pago o cupom, é descontado 22,5% sobre o ganho, valor referente à alíquota máxima do imposto de renda.
Tesouro IPCA+ (NTN-B Principal)
Diferente dos modelos apresentados anteriormente, o Tesouro IPCA + é um modelo híbrido de investimento. Isso significa uma combinação entre o retorno prefixado, enquanto outra parte será decidida através da inflação.
Medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), a inflação pode aumentar com o passar dos anos e seu dinheiro desvalorizar, entretanto, com essa modalidade, seu dinheiro ficará protegido. Isso porque a real remuneração do título será feita pelo valor prefixado.
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais (NTN-B)
Tal qual o NTN-F, essa aplicação também renderá juros semestrais, a diferença é que será híbrida, combinando o retorno prefixado com os rendimentos através da inflação.
Quem optar por aplicar nessa modalidade receberá semestralmente o proporcional da remuneração combinada, entretanto será tributado 22,5% referente ao imposto de renda.
Tesouro Selic (LFT)
Diferente de todas as outras modalidades apresentadas até então, o Tesouro Selic segue o modelo pós-fixado, ou seja, o investidor não saberá com exatidão o quanto seu dinheiro irá render, tudo dependerá da variação da taxa básica de juros da economia, que é chamada de Selic. Essa taxa é definida pelo Banco Central a cada 45 dias.
Além disso, essa modalidade é uma das mais utilizadas por quem busca ter uma reserva de emergência, visto que o Tesouro Selic sofre poucas oscilações, além de ter liquidez diária, ou seja, os rendimentos são depositados todos os dias na aplicação.
Outro ponto positivo, é que o investidor no Tesouro Selic, pode resgatar seus investimentos a qualquer momento. Caso essa retirada aconteça antes do prazo de vencimento, não ocorre o risco de perda de dinheiro, afinal o valor pago será referente ao retorno até aquela data.
Rendimentos
Ao falar de rendimentos do Tesouro Direto, é preciso levar em consideração qual o modelo escolhido para o seu investimento. Há as opções prefixadas, híbridas ou pós-fixadas, cada uma com suas características e com rendimentos específicos, entenda:
Ao analisarmos a modalidade LFT, que é atrelada à taxa Selic, é preciso levar em consideração os níveis do juros básico da economia. Com o passar dos anos, a Selic tem apresentado níveis cada vez menores e isso é repassado para o investidor. Em 2020, o Copom (Comitê de Política Monetária), manteve os juros a 2% ao ano. Com isso, é previsto que as aplicações realizadas no Tesouro Selic, tenham um rendimento aproximado de 2%.
Já as modalidades que são atreladas à inflação, também poderão sofrer com instabilidades devido ao aumento ou queda inflacional. Entretanto, por serem modelos híbridos, a rentabilidade pode ser melhor, visto que conta também com uma parte prefixada definida anteriormente.
Nas opções prefixadas os rendimentos são conhecidos previamente, é possível saber o quanto você irá retirar na data de vencimento, mas sempre levando em consideração que caso o resgate seja feito antes, o investidor poderá ter surpresas com o valor retirado.
E qual a melhor opção?
Todas as opções podem ser atrativas, tudo depende do perfil do investidor e o que ele pretende realizar com a aplicação. É preciso analisar os objetivos individuais e definir o melhor modelo de investimento.
Se o investidor busca liquidez, o Tesouro Selic pode ser uma ótima opção, já se é para investimento a longo prazo, o Tesouro IPCA + talvez se aplique melhor. É preciso conhecer o perfil e os objetivos de cada investidor.
Vantagens e desvantagens
Como todo investimento, o Tesouro Direto também possui vantagens e desvantagens. É preciso conhecer os pontos positivos e negativos antes de decidir aplicar. Confira:
Vantagens
- Facilidade: Para investir no tesouro direto não tem segredo. Basta ter acesso à internet, uma conta bancária ativa e o desejo de aplicar dinheiro. Após um breve cadastro no site do Tesouro Direto, já é possível começar a compra de títulos diretamente da sua casa ou local de trabalho.
- Baixo valor e acessibilidade: É possível começar a investir com menos de R$40,00, o baixo valor abre a possibilidade para que mais pessoas entrem no mundo das aplicações financeiras. Além disso, dá espaço para investidores que ainda não possuem grande conhecimento em investimentos e querem dar um pontapé inicial.
- Segurança
Considerado um investimento de baixo risco, o Tesouro Direto é relacionado diretamente ao Governo Federal. As chances de quebra do Estado são baixas, se comparado a outras instituições. Com isso, é possível considerar que as chances de o investidor perder todo o dinheiro investido são menores.
Desvantagens
-
Vendas das aplicações
É preciso ter em mente que os preços dos títulos oscilam de acordo com a taxa básica de juros. Portanto, caso o investidor queira retirar o valor antes do vencimento, poderá perder dinheiro.
Além disso, o Tesouro também possui custos, que são chamados de taxas e tributos, é preciso estar atento a esses pontos para não ter surpresas desagradáveis.
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2.2.5 Franchising
Tanto no Brasil quanto no mundo, as franquias movimentam bastante dinheiro. Nos últimos anos o modelo apresentou um consistente crescimento em números de franquias abertas e com isso, mais dinheiro sendo movimentado. Somente em 2020 foram movimentados cerca de R$167 bilhões. [expandir]
Por conta disso, abrir uma franquia pode ser uma excelente opção para se investir dinheiro, fugindo das aplicações tradicionais que envolvem instituições financeiras e títulos.
Entretanto, para se investir no ramo de franchising é necessário conhecimento básico sobre o assunto (algumas franqueadoras como a Maria Açaí dão suporte em todas as etapas do processo e treina seus franqueados) e entender perfeitamente o papel das partes.
Em relação à rentabilidade, dependerá de alguns fatores que iremos tratar adiante, no entanto, poderão ocorrer a médio ou a curto prazo.
Ajuda para investir
Pensando em auxiliar o franqueado e o franqueador, foram criadas diversas opções de investimento ou financiamento. É possível inclusive encontrar linhas próprias de crédito para esse modelo de negócio.
Um exemplo, são as linhas de crédito oferecidas para a compra de estoques e maquinários para a implantação e modernização de redes de franquias. Além disso, a ABF (Associação Brasileira de Franchising) também possui parcerias com instituições financeiras para facilitar a vida de quem quer dar os primeiros passos como franqueado.
Mas, assim como qualquer outro tipo de investimento, é necessário ter cuidado e saber a hora exata para investir. É recomendável que ao abrir sua primeira franquia se tenha um capital próprio para investimento. Apenas quando o negócio começar a render lucros e o empresário tiver experiência suficiente, é que se recomenda investir em linhas de crédito com segurança.
Até mesmo para se tornar um multifranqueado e ter várias unidades como fonte de renda.
Lucros e retornos
Independente do modelo adotado para investir dinheiro, a pergunta que se passa na cabeça de todos os investidores é o quanto receberá de lucros. Com as franquias não seria diferente. A dúvida se o negócio realmente irá vingar, se o retorno será a curto ou longo prazo, se será fácil receber o lucro do dinheiro investido, todas essas são questões que o futuro franqueado pensa.
Entretanto, não é fácil obter respostas para todas essas perguntas, visto que muitas delas dependerão de alguns fatores específicos, não podendo ser afirmadas com antecedência, mas é possível sim fazer algumas estimativas.
Como já mostramos, um bom franqueado precisa ter conhecimento sobre gestão e finanças, afinal isso contribuirá para um bom desenvolvimento da franquia. Se o empreendedor está pensando em investir no mercado de franchising, vale a pena entender o essencial antes de dar outros passos.
Um dos pontos positivos de se investir em franquias é que a rede franqueada domina muito conhecimento sobre rentabilidade e desempenhos positivos ou negativos da empresa, portanto é possível auxiliar o futuro empreendedor e sanar todas dúvidas a respeito do investimento. Diferente do que aconteceria caso o empreendedor decidisse abrir seu negócio do zero.
Outro ponto que deve ser levado em consideração é que as redes de franquias prezam sempre pelos bons resultados, portanto apostam sempre no planejamento estratégico que fizeram com que a marca pudesse crescer a ponto de se tornar uma franquia. Treinamentos sobre gestão financeira e lucratividade também poderão ocorrer, oferecidos pela própria rede franqueada, já que o empreendedor será responsável por representar a marca em determinado local e um bom plano estratégico pode diminuir consideravelmente os riscos do negócio dar errado.
Por isso é muito importante que o futuro franqueado conheça bem a empresa que está investindo o dinheiro, entenda quais são os diferenciais que ela oferece, quais são os custos operacionais, como funciona a escolha do ponto, dentre outros detalhes. Segundo a lei nº 13.966/2019, a empresa franqueadora precisa entregar ao futuro franqueado a COF (Circular de Oferta de Franquia) ao menos 10 dias antes da assinatura contratual. O documento será o responsável por apresentar ao empreendedor informações essenciais da empresa, como por exemplo, histórico, qualificação e balanços financeiros.
Recomenda-se também que o empreendedor busque outros franqueados da marca e tire as dúvidas prévias, tudo isso irá facilitar na hora de definir onde aplicar o dinheiro para diminuir riscos futuros.
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Cálculos, variáveis e lucratividade
Ao buscar o melhor modelo de negócio, o empreendedor deve ficar atento ao chamado payback (Prazo de Retorno do Investimento). A rede de franquias deve oferecer um documento apresentando em quanto tempo mais ou menos o franqueado terá o retorno do investimento inicial feito.
Por exemplo:
A franquia X afirma para o franqueado que o payback está previsto para acontecer em 18 meses (um ano e seis meses). Isso significa que nesse prazo, o franqueado terá recuperado todo o valor investido.
Retorno do Investimento em Franquias
Segundo uma pesquisa realizada pela ABF (Associação Brasileira de Franchising), 61% das redes de franquias atuantes no Brasil preveem um prazo de retorno do investimento de 18 a 36 meses, prazo médio de 27 meses.
As microfranquias podem apresentar um tempo menor de retorno, entretanto o faturamento tende a ser menor também.
Para chegar nesse número previsto, as franquias realizam um cálculo simples, entretanto, levam em consideração algumas possíveis variáveis, desde o valor inicial de capital aplicado até os possíveis custos operacionais, como local, números de funcionários, personalizações de alguns franqueados, escolha de fornecedores etc.
A conta consiste em analisar o faturamento médio mensal e desse valor subtrair os custos operacionais mensais (funcionários, fornecedores, aluguel, contas). O valor que sobrar será o lucro líquido do empreendedor.
Depois veja em quanto tempo recebendo determinado lucro, o investidor poderá ter o retorno do investimento.
Exemplo:
Investimento inicial
Faturamento mensal
Custos mensais
Lucro líquido: |
R$100.000
R$30.000
R$20.000
R$10.000
|
Seguindo o exemplo acima, o franqueado pode ter em mente que dentro de 10 meses terá o retorno de seu investimento inicial.
Para chegar a um número bem próximo, é preciso calcular todas as despesas variáveis minuciosamente. Em alguns meses pode acontecer de o seu lucro ser menor ou maior, tudo dependerá do valor das contas mensais. Nesse valor encontra-se o pagamento de funcionários, contas básicas (água, eletricidade, telefone, gás), estoque, fornecedores, capital de giro, taxas de entrega dentre outros.
Mas, para auxiliar o franqueado novo, levando em consideração que ele não possui conhecimento de quanto será seu custo médio mensal, as franquias normalmente apresentam sua lucratividade média. Com isso, o empreendedor poderá ter uma ideia do quanto poderá receber de lucro e com isso se adaptar melhor ao modelo da franquia.
Vantagens e desafios
Investir em franquias, tal qual investir em qualquer outro método, demanda cuidado e atenção. Claro que há inúmeras vantagens, entretanto, também há desafios que devem ser levados em consideração. Abaixo separamos algumas vantagens e alguns desafios para o empreendedor conhecer e ficar atento ao decidir investir.
Vantagens
Marca consolidada
Ao investir em uma franquia, uma das principais vantagens é o fato que o empreendedor está investindo em algo sólido e comprovadamente viável. Começar um negócio do zero pode trazer grandes riscos, dentre eles o fato de que com uma empresa própria não conhecida é preciso conquistar reputação para atrair e manter muitos clientes. Com franquias não acontece isso como sempre acontece com marcas pessoais, muitos consumidores já conhecem a marca e estão fidelizados, ou essa marca faz investimentos em publicidade, por isso as chances de comprarem da marca que sua franquia oferece são ainda maiores.
Crescimento do mercado
De acordo com a Associação Brasileira de Franchising (ABF), o mercado de franquias no Brasil encerrou 2022 com um faturamento de R$ 211,488 bilhões, um crescimento de 14,3% em relação ao ano anterior. Esse resultado representa um novo recorde para o setor, que segue se consolidando como uma importante opção de investimento no Brasil.
O setor de franquias foi um dos que mais se recuperou da pandemia no Brasil. Em 2021, o faturamento do setor cresceu 18,7%, superando o PIB brasileiro no mesmo período.
O setor de franquias é uma opção de investimento segura e rentável, pois oferece ao franqueado o suporte de uma marca já consolidada e um modelo de negócio comprovado. Além disso, o setor é bastante diversificado, oferecendo oportunidades em diversos segmentos, como varejo, serviços, alimentação, educação, saúde, entre outros.
Do ramo de franquias, o setor que menos apresentou problemas foi o alimentício. Com uma queda de apenas 15%, as franquias de alimentos tiveram de se reinventar e através do serviço de delivery conseguiram manter o negócio funcionando sem grandes dificuldades. Inclusive, o número de franquias alimentícias aumentou nesse período, passando de 35% para 37%.
Plano de negócios definidos
Para abrir um negócio do zero, além de criar a reputação seria necessário pensar na marca, marketing, definir fatores de risco internos e externos, buscar um caminho para alcançar o sucesso, dentre outros pontos.
Ao abrir uma franquia nenhuma dessas preocupações precisa ocorrer, visto que o know-how da rede de franquias é compartilhado com o franqueado e o plano de negócio já vem pré-definido.
Além disso, a franqueadora oferece todo um suporte, desde treinamentos e cursos, até indicações de como atender o cliente, sugestões de locais para compra de recurso mais barato e claro, auxilia em outras diversas questões.
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Desafios
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Poder de decisão
Ao se investir em franquias, o empreendedor terá seu poder de decisão limitado, visto que quem fará modificações na empresa será unicamente a franqueadora. Ou seja, diferente de um negócio próprio, o franqueado terá que acatar possíveis mudanças sem poder se contrapor.
Além disso, quando o franqueado quiser realizar alguma mudança dentro da empresa, deverá ter a autorização do franqueador para poder realizá-la.
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Pagamentos de taxas
Para usufruir dos direitos da marca e benefícios oferecidos pela franqueadora, será necessário o pagamento de taxas e royalties. É preciso levar em consideração esses valores antes da assinatura do contrato, afinal ninguém quer surpresas desagradáveis no futuro.
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Relação com o franqueador
Para se ter bons resultados é preciso antes de mais nada ter uma boa relação com o seu franqueador. Uma boa comunicação para resolver problemas e chegar a acordos é essencial para o sucesso tanto da sua franquia, quanto da rede de franquias.
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Insucesso
Apesar de os riscos serem baixos e as franquias durarem, em média, 3 anos a mais que negócios próprios, o empreendedor está investindo em algo já consolidado no mercado, é possível que a franquia não se prospere como desejado, seja por localização do ponto, fatores internos, externos de nível global, nacional ou até mesmo erro de gestão por parte da rede de franquias. Por isso é essencial conhecimento pleno da empresa em que está investindo o dinheiro, para que o sucesso seja algo certo.
2.2.5.1 Retorno sobre Investimento (investimento mais seguro)
Suponhamos que o empreendedor investiu seu dinheiro, seja em alguma aplicação bancária ou no sistema de franchising. Esse investidor busca sempre saber o quanto ganhou ou perdeu com os seus investimentos. O mesmo acontece com uma empresa, que procura saber quanto recebeu ou perdeu de lucro. Para isso existe o ROI (retorno sobre investimento), uma métrica desenvolvida para identificar os rendimentos financeiros de uma pessoa física ou jurídica.
Vantagens de calcular o ROI
Ao saber exatamente qual foi o retorno sobre investimento, o empreendedor usufrui de diversos benefícios, como por exemplo, tem a clareza de saber quanto seu dinheiro está rendendo e com isso, pode tomar decisões mais assertivas para o futuro do negócio.
Além disso, caso o empreendedor queira expandir seus horizontes e ampliar seus negócios, através do ROI ele consegue dar um parâmetro para futuros investidores do quanto a empresa rende em média, dando mais segurança ao investimento, evitando riscos desnecessários.
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Empreendedorismo
Segundo uma pesquisa realizada pela Universidade Técnica de Munique em parceria com a Faculdade Getúlio Vargas, 56% dos brasileiros possuem o sonho de empreender. Desses, 74% estão na faixa dos 18 aos 35 anos.
A pesquisa, realizada em 2022 com uma amostra de 2.000 brasileiros com idade entre 18 e 64 anos, também mostrou que os brasileiros que desejam empreender estão mais propensos a ter ensino superior, residir nas capitais e ter acesso à internet.
Além disso, eles estão mais propensos a trabalhar em empresas de pequeno porte e a ter familiares ou amigos que são empreendedores. Por fim, os brasileiros que desejam empreender estão mais propensos a acreditar que o empreendedorismo é uma oportunidade de ascensão social.
Mas afinal, o que é empreender?
Segundo o dicionário online, empreender significa “Colocar em desenvolvimento e/ou execução; realizar: empreender tarefas; empreender passeios.”
Em uma explicação simples, podemos ver o empreendedor como aquela pessoa que parte para a ação, que enxerga uma oportunidade e nela uma solução para diversos problemas.
Segundo o suplemento ‘Empreendedorismo: buscando o sucesso empresarial’, o empreendedor é motivado pelo desejo de assumir responsabilidades e alcançar sua independência.
Podemos notar que empreender vai muito além de apenas abrir um negócio próprio. Uma pessoa que investe em uma organização sem fins lucrativos também está empreendendo. O mesmo acontece com uma empresa já consolidada e que investe em novos produtos e serviços, isso também é empreender.
Mas, vamos focar em quem decide se dedicar a um negócio próprio. Muitos iniciam com o pensamento de que poderão mudar o mundo ou que vão ficar ricos. Entretanto, o que pode parecer simples não é bem assim.
Antes de abrir um negócio, é preciso estudar, se auto analisar, avaliar as condições que o negócio oferece, ter conhecimento de administração e gestão, para só assim conhecer etapas e processos da abertura da empresa própria.
Vivenciar passo a passo dessas etapas é essencial para não ter surpresas desagradáveis mais a frente.
Avanço do empreendedorismo no Brasil
Em 2019, uma pesquisa realizada pela Global Entrepreneurship Monitor (GEM), mostrou que 38,7% das pessoas entre 18 e 64 anos já estavam empreendendo no Brasil com seu próprio negócio. Além disso, o resultado também comprovou que para praticamente todos os empreendedores, o motivo que os levou a empreender foi a falta de emprego.
Com a chegada da pandemia de Covid-19 em 2020, a situação referente aos empregos ficou ainda pior. As oportunidades de trabalho diminuíram e com isso, a taxa de pessoas que passaram a criar seu próprio negócio cresceu. Segundo especialistas da GEM, juntamente com o SEBRAE, cerca de 1/4 da população adulta está se dedicando a negócios próprios.
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3.1 Maneiras de empreender
Assim como diversas áreas, o empreendedorismo também é bastante amplo. Não existe apenas uma maneira correta de empreender e sim várias. Como já explicamos, não é preciso abrir um negócio próprio para ser empreendedor. Há inúmeras opções para colocar o sonho em prática, sem necessariamente ser o responsável pelo seu próprio negócio.
Separamos algumas maneiras de empreender, que podem auxiliar o novo empreendedor a encontrar o melhor caminho para tirar o sonho do papel.
1 – Sociedade
Não é difícil encontrarmos pessoas que declaram abertamente ter medo de empreender. Realmente, tirar um negócio do zero não é fácil. Há o medo de fracassar, de não conseguir desempenhar bem o papel ou de usar o único dinheiro que tinha para investir em um negócio que pode dar errado. Entretanto, há opções caso os medos sejam esses.
Para empreender, sem ter que criar o próprio negócio, é possível entrar em sociedade em alguma empresa que já está solidificada no mercado, com isso evita os riscos de negócios iniciais, além de poder contribuir ativamente para o crescimento da empresa. O empreendedor é a pessoa que executa a ideia, não necessariamente quem a teve.
2 – Saia da rotina
Há pessoas que não se encaixam no perfil de ter um mesmo negócio para o resto da vida. Acabam caindo na rotina que a empresa ganha com o passar dos anos. Para isso, uma das soluções possíveis, é vender uma parte do seu empreendimento e com o dinheiro abrir outros negócios. Com isso, a rotina será sempre movimentada e energética, visto que o empreendedor estará sempre buscando novos desafios e novas maneiras de empreender.
3 – Autônomo
Esse talvez seja o modelo mais comum de empreendimento. Aquele em que o empreendedor abre sozinho e precisa manter sem a ajuda de sócios ou terceiros. Esse modelo é ideal para quem não quer depender de ninguém e lidar sozinho com todas as dificuldades comuns das empresas.
Além disso, ser autônomo abre um leque de possibilidades para o empreendedor criar e exercer a profissão que quiser. É possível encontrar redatores freelancers, comerciantes, palestrantes, músicos, confeiteiros, cozinheiros, médicos, advogados… Enfim, uma gama de profissões em que ser autônomo dá certo.
É possível começar sozinho e permanecer sozinho, mas também é possível seguir o crescimento do negócio e conforme for aumentando serviços e trabalhos passar a contratar funcionários para ajudar.
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4 – Franquias
Por fim, chegamos às franquias. Esse modelo de negócio é ideal para quem quer ter seu próprio negócio, mas sem se preocupar em criar do zero. Com as franquias, o modelo já vem pronto e testado, basta comprar os direitos de utilização da marca e começar a empreender.
As empresas franqueadas já passaram por todo o processo inicial, conhecem os riscos e as vantagens da marca, além de muitas já terem os clientes fidelizados. Tudo isso será passado para o franqueador, que ao assumir a gestão, terá acesso a um plano de negócios completo, com estratégias e práticas testadas e comprovadas. Isso pode reduzir significativamente os riscos e aumentar as chances de sucesso do negócio.
Além disso, as franquias oferecem ao franqueado o suporte de uma marca já consolidada, com uma equipe de especialistas que pode oferecer orientação e treinamento. Isso pode ser um grande diferencial para quem está começando no empreendedorismo.
De acordo com a Associação Brasileira de Franchising (ABF), o mercado de franquias no Brasil encerrou 2022 com um faturamento de R$ 211,488 bilhões, um crescimento de 14,3% em relação ao ano anterior. Esse resultado representa um novo recorde para o setor, que segue se consolidando como uma importante opção de investimento no Brasil.
O setor de franquias foi um dos que mais se recuperou da pandemia no Brasil. Em 2021, o faturamento do setor cresceu 18,7%, superando o PIB brasileiro no mesmo período.
O setor de franquias é uma opção de investimento segura e rentável, pois oferece ao franqueado o suporte de uma marca já consolidada e um modelo de negócio comprovado. Além disso, o setor é bastante diversificado, oferecendo oportunidades em diversos segmentos, como varejo, serviços, alimentação, educação, saúde, entre outros.
As franquias podem ser uma boa opção para quem deseja ter seu próprio negócio, mas não tem experiência ou conhecimento para criar um negócio do zero. O modelo de franquia oferece ao franqueado o suporte e a orientação necessários para aumentar as chances de sucesso do negócio.
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3.2 Modelo de Negócio de Franquias (modelo testado)
O modelo de franquias tem se expandido no Brasil nos últimos anos, deixando de ser um modelo de negócio exclusivo do eixo sul-sudeste. Em 2015, por exemplo, houve crescimento de redes de franquias em outras regiões do Brasil, segundo dados da ABF. Neste mesmo ano, o Brasil ocupava o 4º lugar no ranking de países com mais franquias do mundo.
Existem diversos fatores que contribuem para a expansão do modelo de franquias no Brasil. Um dos principais é a facilidade de acesso ao mercado, pois o franqueado pode contar com o suporte de uma marca já consolidada e testada. Além disso, o modelo de franquias oferece ao empreendedor a possibilidade de trabalhar com uma marca conhecida e com produtos ou serviços de qualidade.
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Franquias no Brasil
No entanto, é importante ressaltar que o modelo de franquias também envolve alguns desafios. Um dos principais é a necessidade de investimento inicial, que pode ser alto dependendo do segmento da franquia. Além disso, o franqueado deve estar disposto a seguir um modelo de negócio pré-definido, o que pode limitar sua autonomia.
Para começar a investir em uma franquia, é importante fazer uma pesquisa cuidadosa sobre o mercado e as opções disponíveis. O empreendedor deve analisar o segmento da franquia, o valor do investimento inicial, as taxas e royalties a serem pagos, e o suporte oferecido pela franqueadora.
Aqui estão algumas dicas para escolher uma franquia:
- Identifique seu perfil de investidor: avalie seu capital disponível, sua experiência e seus objetivos para o negócio;
- Pesquise o mercado: conheça as tendências do setor e as marcas que estão se destacando;
- Faça uma análise financeira: avalie o investimento inicial, os custos operacionais e o potencial de retorno do negócio;
- Converse com franqueados: procure depoimentos de franqueados atuais e ex-franqueados para entender os prós e os contras do negócio;
- O modelo de franquias pode ser uma boa opção para quem deseja ter seu próprio negócio, mas não tem experiência ou conhecimento para criar um negócio do zero.
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Veja os modelos de franquias
Individual
Quem nunca comeu em uma lanchonete em que todos os produtos eram feitos pela mesma marca? Isso é um exemplo de modelo individual, ou seja o franqueado exerce seu direito comercializando apenas produtos de uma única marca e que sejam autorizados e licenciados pelo franqueador. O nome individual vem dessa característica, de não poder utilizar outras marcas na franquia em questão.
Esse modelo evita que o franqueado use outras marcas em seu negócio e acabe prejudicando a imagem da marca e da empresa.
Em uma franquia de alimentos, por exemplo, as que são individuais utilizam o mesmo padrão, desde a bebida até produção alimentícia, sendo todas da mesma marca.
Comercial
Suponhamos que o consumidor vá comprar um produto da marca X, na loja franqueada da mesma marca e que a produção também ocorra em fábricas próprias. Este modelo é comercial e é bastante utilizado em franquias de cosméticos, por exemplo. A produção é de responsabilidade do franqueador, enquanto as vendas são feitas pelo franqueado.
Em alguns casos, pode ser que o franqueador não produza o produto, entretanto, cabe a ele indicar ao franqueado onde comprar e abastecer a loja, tudo com o intuito de manter o padrão e garantir a satisfação do cliente em qualquer loja da rede que ele decidir comprar.
Industrial
Esse modelo é um pouco diferente, visto que o franqueador irá transferir a tecnologia e o conhecimento para que o produto seja feito pelo próprio franqueado.
Normalmente, o franqueador delimita o espaço de produção e comercialização e foca bastante nas técnicas de fabricação, afinal todos os produtos da rede precisam sair iguais, e nesse caso, caberá ao franqueado produzi-los.
De serviço
Não há produção ou desenvolvimento de produtos. Aqui, o ramo de serviços é diferenciado, ele oferece serviços a terceiros. Um ótimo exemplo disso, são as escolas de idiomas espalhadas pelo Brasil. Muitas são franquias, em que o franqueado compra o know-how e o direito de utilização da marca e através dele, oferece seus serviços.
Redes hoteleiras também fazem parte desse nicho de mercado.
Combinadas
Imagine que você está indo abastecer seu carro em um posto de combustível. Ao chegar no local, decide comprar um salgado na conveniência. Ao retornar para o carro, o frentista comunica que será preciso a troca de óleo e que o posto oferece o produto na loja localizada ao lado.
Esse exemplo é uma clara alusão às franquias combinadas. Ou seja, esse modelo permite uma variação de produtos e franquias em um mesmo ponto comercial. Claro que sem concorrência e com a comercialização de produtos diferentes. No caso acima, há a comercialização do combustível, da alimentação e do óleo de motor, todas no mesmo ponto comercial.
Entretanto, é preciso ter cuidado e uma autorização prévia de todas as franquias envolvidas para que não ocorra problema contratual.
‘Shop in Shop’ ou Store in Store
O modelo permite a instalação de uma mini franquia dentro do estabelecimento. Um exemplo claro, são em algumas redes que vendem cosméticos e dentro da loja é possível encontrar uma mini franquia destinada a procedimentos estéticos, como por exemplo, o design de sobrancelhas.
Esse é um modelo que pode render bastante frutos, afinal, os clientes que buscam a estética poderão consumir na loja de cosméticos, tal qual os interessados nos produtos vendidos, podem aproveitar a passagem para realizar algum procedimento estético.
Microfranquias
As microfranquias, como o próprio nome já diz, são pequenos estabelecimentos, em sua maioria instalados em shoppings e que vendem um determinado produto.
Podemos enquadrar os quiosques encontrados nos corredores, por exemplo.
Essa é uma opção ideal para quem quer investir em um modelo testado, mas que tem pouco capital para investir. Inclusive, por conta das microfranquias é que foi possível pessoas das classes C e D passarem de consumidores para empreendedores.
De acordo com a ABF (Associação Brasileira de Franchising), uma micrfranquia é uma franquia com valor de até 105 mil reais. Na Maria Açaí é possível investir a partir de 81 mil reais, o que a torna a rede de franquias com um dos modelos de microfranquia mais baratos do país.
Conheça: Maria Express: a microfranquia de baixo custo da Maria Açaí
Geografia
Após conhecer um pouco mais sobre o mercado de franquias na questão das atividades propostas, é preciso se aprofundar também nas questões geográficas, visto que é um dos principais pontos tratados quando falamos sobre franquias. Enquanto algumas são de desenvolvimento de área, outras são múltiplas, unitárias ou até mesmo internacionais.
Unitária
Esse estilo de negócio autoriza a abertura de apenas uma unidade da franquia, com exclusividade de atuação em determinada localidade. Isto é, o franqueador determinará o local e somente você poderá trabalhar com essa franquia com exclusividade no local. Um exemplo são os quiosques ou lojas de shoppings.
Múltiplas
Diferente da unitária, nesse caso, o franqueado pode abrir quantas franquias desejar do empreendimento no mesmo local. Claro que tudo dependerá de sua capacidade financeira e de gestão, mas em tese é possível abertura de diversos pontos de negócio. Em alguns casos, o franqueador exige que o franqueado cumpra um determinado espaço de tempo para abrir as unidades.
Master
As franquias master normalmente são abertas por um subfranqueador, ou seja, o responsável por elas poderá comandar uma ou mais franquias em uma única área. Além disso, o subfranqueador pode ceder os direitos de operação de uma das unidades a outros franqueados. Por esse trâmite, ele terá direito a taxas de franquias, royalties e também será o responsável pela assinatura do contrato junto ao franqueado.
De desenvolvimento de área ou apoiador logístico
Essa é uma técnica para que a franquia passe a ocupar determinada área. Normalmente acontece em um local que a franquia ainda não é bem conhecida, e o franqueado fica com a missão de abrir uma ou mais para expandir os negócios. O franqueado também poderá atuar na venda de outras unidades, para ampliar ainda mais o nome da franquia na região. Ele terá direito às taxas e royalties, mas os contratos seguirão sendo assinados pela própria franqueadora.
Internacional
Esse tipo de franquia é quando a marca decide expandir seus horizontes e desembarcar em outros países. Normalmente pode atuar como qualquer uma das citadas acima, mas com o diferencial de estar em um país novo. No caso, o franqueado pode levar a marca para outro território ou trazê-la até o Brasil.
Série: Guia de Investimentos – Bolsa de Valores, Produtos Bancários, Negócio Próprio ou Franchising?
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Como investir em franquias
Se você chegou até aqui, com certeza já entendeu que investir em franquias não é algo fácil. É preciso determinação, foco e bastante conhecimento sobre a área.
Conhecer os diferentes modelos de franquias e o modelo de investimento aplicado é essencial, entretanto, é preciso também conhecer o outro lado da moeda e entender como o investidor deve agir, quais são seus direitos e deveres, quais são os custos envolvidos nas transações, dentre outras informações elementares.
4.1 Perfil do investidor ou franqueado (direitos e deveres)
Ao investir em um negócio, seja ele qual for, é preciso entender que há direitos e deveres que precisam ser cumpridos. No caso das franquias é preciso que tanto franqueado quanto franqueador respeitem as regras para que a situação não fique complicada. Muitos dos problemas que acontecem envolvendo o franchising se devem a descumprimento de acordos por alguma das partes.
O empreendedor no papel de franqueado tem como dever
- Investigar a empresa e conhecer muito bem todos os itens listados no contrato antes de assinar qualquer documento ou fazer alguma transação financeira. A não investigação prévia pode acarretar em problemas jurídicos ou tributários mais adiante;
- Manter os padrões impostos pelo franqueado, seja em relação a produtos oferecidos ou na divulgação da marca, sempre prezando pelo fortalecimento da rede em relação aos clientes;
- Estar atento às taxas obrigatórias, como por exemplo, pagamento de royalties e fundo de marketing e publicidade. Caso exista outro pagamento previsto em contrato, também caberá ao franqueado ter atenção para não ficar inadimplente;
- Ficar atento à concorrência na região e sempre colaborar para o planejamento estratégico da rede;
- Participar ativamente dos treinamentos com os funcionários e manter uma boa relação com eles;
- Ter uma ótima relação com o franqueador ou com a rede de franquias a qual representa e se esforçar no cumprimento de compromissos básicos como qualidade de atendimento e produtos.
O empreendedor no papel de franqueado tem como direito:
- Receber a Circular de Oferta de Franquias antes da assinatura de qualquer documento efetivo ou transação financeira. Através dessa circular, o franqueado poderá conhecer melhor a franquia que quer investir e analisar a viabilidade do negócio;
- Ter acesso a programas de capacitação oferecidos pelo franqueador;
- Contar com o suporte do franqueador para que o negócio seja bem administrado. O franqueado também possui o direito de contar com uma equipe de apoio para sanar dúvidas durante a gestão diária;
- Ter autonomia para a contratação de colaboradores.
4.2 Custos
Ainda que existam franquias mais em conta e outras mais caras, abrir uma unidade franqueada demanda confiança e conhecimentos a cerca dos custos envolvidos.
O primeiro valor desembolsado é o chamado investimento inicial, esse valor dará ao franqueado o direito de ingresso à rede franqueada, entretanto, em alguns casos, o valor pago inicialmente não cobre custos como aluguel, aquisição do ponto ou reforma em que o negócio será instalado. Além disso, é comum que algumas empresas não informem que há outros custos e é preciso estar atento. São eles:
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Capital de giro
O nome já diz tudo, é um dinheiro que o franqueado precisa ter em mãos para fazer a franquia funcionar nos primeiros meses. Enquanto ainda o negócio não dá lucro de fato, é necessário ter essa reserva para a compra de estoque ou até mesmo possíveis custos operacionais.
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O que são Royalties?
O pagamento dessa taxa dá direito ao franqueado utilizar a marca em seu estabelecimento. Esse custo é mensal e normalmente é pago de acordo com a porcentagem do faturamento que a franquia teve no mês. Em alguns casos, os royalties possuem um valor fixo mensal.
Algumas empresas, como a Maria Açaí Franquias, cobram apenas 50% de royalties enquanto sua unidade franqueada faturar menos que 30 mil reais por mês, ou seja, apenas 750 reais mensais, e esse custo fica limitado a 1500 reais por mês independente do faturamento daquela unidade.
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Taxas de propaganda
Essa taxa, que também é cobrada mensalmente, corresponde ao auxílio do franqueado para financiamentos futuros ou recorrentes com campanhas de marketing e publicidade da rede de franquias. A utilização desse dinheiro deve ser transparente para toda a rede, com o intuito de demonstrar para onde está indo o dinheiro investido nas ações de administração de marketing.
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Taxas de sistema
Em alguns casos essa taxa já está inclusa no pagamento de royalties, entretanto é possível que sejam pagas separadamente. Elas incluem a utilização de sistemas de softwares, aplicativos, computadores e toda tecnologia que demanda custo por parte da franqueadora.
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Custos operacionais
Em qualquer ambiente há custos operacionais e na franquia não seria diferente. É preciso pagar mensalmente as contas básicas (água, luz, internet, telefone), além do aluguel, salário dos funcionários, estoque, taxas de delivery service e outros.
4.3 Áreas ou Setores e Nichos
Um negócio como o franchising permite ao investidor que aplique seu dinheiro no que melhor se identifica. Há diversos segmentos para todos os gostos, desde alimentação até redes de ensino. Conheça cada uma das áreas disponíveis para um franqueado investir.
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Casa e construção
Em algum momento da vida todos vamos precisar de itens de casa e construção, seja para reformar, construir ou até mesmo redecorar o seu lar. Esse setor é subdividido em outros segmentos, como por exemplo, as casas de material de construção, as lojas com artigos de cama, mesa e banho, as lojas de móveis e colchões, dentre outros.
Série: Guia de Investimentos – Bolsa de Valores, Produtos Bancários, Negócio Próprio ou Franchising?
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Alimentação
Se alimentar é algo essencial na vida de todos. É preciso comer para sobreviver, por isso as franquias deste segmento são as que mais crescem no Brasil. No terceiro trimestre de 2023, o ramo de alimentação movimentou cerca de R$ 1,3 trilhão, um crescimento de 10,2% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Este crescimento é impulsionado por diversos fatores, como o aumento da população, o crescimento da renda média e a mudança nos hábitos alimentares dos brasileiros.
No que diz respeito às franquias, o setor de alimentação é o que mais cresce no Brasil. Em 2023, foram abertas cerca de 10 mil novas unidades de franquias de alimentação, um aumento de 20% em relação ao ano anterior.
Os segmentos que mais cresceram foram:
Alimentação fora do lar: 12,5%
Alimentos saudáveis: 11,5%
Delivery de comida: 10,5%
O setor de alimentação é um dos mais promissores do Brasil. Com a crescente demanda por alimentos de qualidade e a mudança nos hábitos alimentares dos brasileiros, o setor deve continuar a crescer nos próximos anos.
Aqui estão alguns fatores que contribuem para o crescimento do setor de alimentação no Brasil:
Aumento da população: O Brasil é o sexto país mais populoso do mundo, com uma população de cerca de 213 milhões de pessoas. O crescimento da população significa um aumento na demanda por alimentos.
Crescimento da renda média: A renda média dos brasileiros vem crescendo nos últimos anos. Isso significa que as pessoas têm mais dinheiro para gastar com alimentos, incluindo alimentos de qualidade e alimentação fora do lar.
Mudança nos hábitos alimentares: Os brasileiros estão cada vez mais preocupados com a saúde e a qualidade dos alimentos que consomem. Isso tem impulsionado o crescimento do mercado de alimentos saudáveis e orgânicos.
O setor de alimentação é um importante segmento da economia brasileira. Ele gera empregos, contribui para o PIB e oferece uma variedade de produtos e serviços para os consumidores.
O segmento inclui bares, restaurantes, mercados, mercearias, docerias, lojas de conveniência e muitos outros.
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Comunicação, Informática e Eletrônicos
Serviços de comunicação, como por exemplo, empresas de telecomunicações e telefonias se encaixam nesse modelo. Além disso, serviços de informática e eletrônicos, desde a manutenção até a venda de produtos deste ramo, também fazem parte desse segmento de franquias.
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Entretenimento e lazer
Nesse segmento se encaixam as franquias que vendem brinquedos, lazer e entretenimento. Podemos pensar em espaços de diversão para as crianças e cinemas, como exemplo.
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Hotelaria e turismo
Quer viajar? Muito provavelmente será preciso entrar em contato com alguma franquia desse segmento, seja para comprar o pacote de viagem ou para se hospedar.
Com a pandemia de Covid-19, esse foi o setor que mais sentiu o impacto. Segundo a ABF, o segmento apresentou queda de 66% em 2020, deixando de render cerca de R$2.3 bilhões.
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Limpeza e conservação
Lavanderias, lava-rápidos e empresas que oferecem serviços de limpeza estão presentes nessa categoria. Pode ser considerado o segmento que menos cresce no Brasil, entretanto possui grandes marcas do ramo.
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Moda
Movimentando cerca de R$4 bilhões em 2020, o segmento de moda inclui todas as franquias que vendem roupas, acessórios, bolsas, bijuterias, calçados e óculos.
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Saúde, Beleza e Bem-Estar
Outro setor que apresentou aumento mesmo com a pandemia de Covid-19, foi o que envolve a auto-estima. Nesse segmento estão as lojas de cosmético e perfumaria, espaços estéticos, farmácias, clínicas odontológicas, academias de ginástica, dentre outros espaços.
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Serviços automotivos
Todos os empreendimentos que envolvem o setor de automóveis se enquadram neste segmento. Podem ser encontradas aqui lojas de aluguel de carros, oficinas mecânicas, locais específicos para a venda de peças e acessórios automotivos, dentre outros.
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Serviços educacionais
Escolas de idiomas, treinamentos e capacitação profissional se enquadram nesse segmento. Todo e qualquer serviço que seja vendido como educação, integra o setor de serviços educacionais. Em 2020 apresentou queda de 12,3% comparado a 2019.
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Serviços e outros negócios
Essa categoria abrange serviços que não estão enquadrados em nenhum dos outros segmentos, como serviços de consultoria e administrativos por exemplo. No Brasil, podemos citar como exemplo de franquias do segmento serviços e outros negócios os Correios, postos de combustíveis, consultorias…
4.3.1 Alimentação
Como já abordado, o segmento de alimentação é o que mais tem crescido no Brasil nos últimos anos. Mesmo com as dificuldades impostas pela pandemia de Covid-19, o setor soube se reinventar e foi um dos menos afetados.
Nesse período, o número de franquias alimentícias aumentou de 35% para 37%.
Entretanto, houve uma queda no faturamento anual, que sofreu uma variação de -15,5% comparado a 2019.
Um dos motivos que fez o setor de alimentação não ter uma queda ainda maior foi a adoção de algumas medidas especiais.
Com a impossibilidade de os clientes irem até as lojas físicas, o serviço de delivery foi bastante utilizado pelas franquias de alimentação. Com essa medida, o número de vendas não sofreu uma queda tão grande, além de que com o serviço funcionando a distância, o empreendedor viu o custo com manutenção da unidade reduzir.
Para os próximos anos, a tendência é que as franquias de alimentação ganhem ainda mais força nos formatos delivery, take away e grab and go ou to go. O aumento no número de deliveries facilitou a vida de muitos empreendedores, então a tendência é que o serviço seja ainda mais relevante e fundamental para o sucesso de alguns modelos de negócio.
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4.3.2 Alimentação saudável
Se o segmento de alimentação tem crescido constantemente nos últimos anos, um subsegmento que também apresenta números bastante animadores é o de alimentação saudável.
Com o passar dos anos, os alimentos deixaram de ser simples suprimentos de necessidades básicas para ganharem uma relevância e serem considerados fontes de energia e saúde. Com isso, muitas pessoas passaram a dar importância para o que era consumido e a busca por alimentos diretamente ligados à saúde e bem-estar tem crescido dia após dia no mundo inteiro.
Com recursos que viabilizam cada vez mais o estilo de vida saudável, as pessoas passaram a ter percepção maior sobre o que elas consomem e como elas consomem. A agência de pesquisa Opinion Box constatou que 24% dos brasileiros passaram a consumir mais verduras e legumes nos últimos anos.
A prática de exercícios físicos também auxilia nesse crescimento, visto que está diretamente ligada à saúde e ao bem-estar.
Além dos ingredientes menos processados e mais naturais, o mercado de alimentação saudável também engloba os vegetarianos e veganos. Com o avanço das informações, muitas pessoas passaram a não consumir mais produtos de origem animal, fazendo com que os restaurantes adaptassem seus cardápios para agradar esse público.
Segundo a 12º Pesquisa Setorial ABF Food Service, organizada pela Associação Brasileira de Franchising, o número de cardápios que estão adotando essa tendência já chegou a 38,9%.
Ingredientes orgânicos e sem glutén, também compõem o mercado dos saudáveis.
Segundo dados analisados pelo Sebrae, só no Brasil o segmento de alimentação saudável movimenta cerca de R$35 bilhões anuais e tem se tornado o quarto maior mercado do mundo.
4.4 Processo de implantação
O processo de implantação de franquias inicia muito antes do empreendedor buscar ser franqueado de alguma marca. Ele começa quando o franqueador estuda maneiras de ampliar sua marca e expandir os negócios.
Antes de tudo, cabe ao franqueador analisar se a empresa é franqueável. É preciso analisar se o produto comercializado tem demanda, quais são os possíveis concorrentes, estudar a fundo as tendências de mercado. Além disso tudo, é extremamente necessário uma análise interna da empresa para ver capacidade de produção e expansão. Só após todos esses passos é que se torna possível começar a pensar em abrir mais franquias.
Depois é necessário partir para a avaliação dos custos de montagem de cada nova unidade, conhecer os possíveis riscos e claro, realizar um planejamento estratégico, para conhecer melhor o seu negócio, ter mais detalhes da concorrência, além de ter uma noção de quais localidades podem render mais caso uma franquia seja implantada.
Finalizada essa parte, partimos para os manuais de franquia. Caberá ao franqueador redigir manuais, com todos os dados e detalhes possíveis da franquia, para poder compartilhar com terceiros. Esses manuais servirão como uma maneira de passar o conhecimento e informações para os franqueados, é o chamado ‘know-how’. O número de manuais vai depender muito da franquia, entretanto é comum ter manuais de marketing, operacional e de implantação. Eles facilitarão a administração de cada unidade franqueada.
Seguindo a nova Lei de Franquias nº 13.966/2019, que legaliza as franquias, cabe ao franqueador preparar o Circular de Oferta da Franquia. Esse documento é obrigatório e deve ser escrito de forma clara e acessível todos os detalhes da rede franqueada. É preciso conter todos os custos, taxas, análises, informações importantes e também o perfil detalhado do franqueado.
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Franquia regularizada e agora?
Após o franqueador ter desenvolvido e passado por todos os passos anteriores, chegamos então no ponto em que entra o franqueado. Antes de pagar qualquer taxa para o franqueador é necessário assinar com muito cuidado um pré-contrato, ele vai formalizar o compromisso entre ambas as partes e ficará válido até a assinatura definitiva do contrato. Só após essa segunda etapa, é que o processo estará pronto e passará a valer os direitos e deveres previstos em cláusulas contratuais.
A partir desse ponto a implementação começa a ocorrer de fato. A busca por um ponto ideal, os treinamentos de gestão, as análises financeiras, adaptação do espaço para que se adeque a marca, a contratação de funcionários, a divulgação de inauguração do local e por fim, o grande dia em que a franquia estará aberta.
Para que todos esses pontos ocorram de maneira clara e ágil, é preciso bastante dedicação e organização tanto por parte do franqueado, quanto do franqueador.
Durante todas as etapas, claro que será necessário serviços de terceiros, como contadores, arquitetos, engenheiros etc, entretanto o fundamental é uma boa relação entre as principais partes envolvidas. A relação entre franqueado e franqueador deve ser de parceria, agindo em prol do mesmo objetivo que é a ampliação da marca.
4.5 Atualização da Lei de Franquias no Brasil
O setor de franquias no Brasil vem crescendo de forma constante nos últimos anos. Em 2022, o setor movimentou mais de R$ 220 bilhões, representando 2,5% do PIB brasileiro. Diante desse cenário de expansão, tornou-se necessário atualizar a legislação que regulamenta o setor, a Lei de Franquias.
A primeira Lei de Franquias, nº 8.955/94, foi criada em 1994 e foi inspirada no modelo dos Estados Unidos. A lei estabelecia as principais regras e obrigações para franqueadores e franqueados, como a obrigatoriedade da Circular de Oferta de Franquia (COF).
Em 2013, foi apresentado um projeto de lei para alterar alguns pontos da Lei de Franquias. A nova lei, nº 13.966/2019, entrou em vigor em março de 2020 e trouxe diversas mudanças importantes para o setor.
Mudanças na Circular de Oferta de Franquia (COF)
A COF é um documento obrigatório que deve ser entregue ao franqueado antes da assinatura do contrato de franquia. A nova lei trouxe diversas mudanças na COF, com o objetivo de aumentar a transparência e a proteção dos franqueados.
Entre as principais mudanças estão:
- O prazo de envio da COF foi reduzido de 30 para 10 dias antes da assinatura do contrato.
- A COF deve conter os dados de todos os franqueados da rede, inclusive os que deixaram a rede nos últimos 24 meses.
- A COF deve conter informações mais detalhadas sobre a relação de concorrência, investimento, contrato, cotas, sucessão e treinamentos.
Outras mudanças
Além das mudanças na COF, a nova lei também trouxe outras alterações importantes, como:
- Relações trabalhistas: A nova lei esclarece que não há relação trabalhista entre franqueador e franqueado. Ambos são considerados empresários.
- Franquias internacionais: A nova lei exige que a COF seja redigida em português, mesmo que a franquia seja internacional. Além disso, o contrato deve conter deveres jurídicos de ambos os países e estar atento às legislações vigentes.
Impacto da nova lei
A nova Lei de Franquias é considerada um avanço para o setor. As mudanças trazem mais transparência e proteção aos franqueados, o que pode contribuir para o crescimento do setor.
A seguir, são apresentados alguns dos principais impactos da nova lei:
- Aumento da confiança dos investidores: A nova lei aumenta a transparência do setor, o que pode contribuir para o aumento da confiança dos investidores.
- Redução dos conflitos: As mudanças na COF e na relação trabalhista podem contribuir para a redução dos conflitos entre franqueadores e franqueados.
- Crescimento do setor: A nova lei pode contribuir para o crescimento do setor, pois cria um ambiente mais favorável para o investimento em franquias.
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4.6 Que é o Guia de Franquias da ABF?
Investir em franquias não é algo simples, demanda tempo, dedicação e bastante estudo da área. Pensando nisso, a Associação Brasileira de Franchising (ABF) criou o Guia de Franquias, com o intuito de auxiliar o futuro franqueado ou até mesmo quem já está na área com informações importantes sobre o assunto.
O Guia de Franquias da ABF é o maior e mais completo guia do franchising nacional, com 33 anos de história e premiações. Reunindo informações sobre os diversos modelos testados de franquia, tem como público alvo pessoas interessadas em abrir o próprio negócio, empresários do ramo, franqueadores, franqueados, fornecedores e outros profissionais do setor.
O guia é lançado anualmente, sempre atualizado com as principais tendências do setor. Na edição 2023, foram listadas 1.420 marcas de franquias, representando um crescimento de 10% em relação à edição anterior. O segmento de alimentação foi o que teve o maior crescimento, com 25% das marcas listadas.
A publicação girou em torno das oportunidades de crescimento do setor de franquias no Brasil, que vem crescendo de forma constante nos últimos anos. O presidente da ABF, André Friedheim, declarou: “O franchising é uma excelente opção de negócio para quem busca segurança e rentabilidade. O setor está em constante crescimento e oferece oportunidades para todos os perfis de investidores”.
Na edição 20/21, a franquia de açaí Maria Açaí marcou presença no guia. A publicação girou em torno das mudanças que as franquias tiveram que fazer para se reerguer durante a pandemia de Covid-19. Nesse quesito, a Maria Açaí se destacou, visto que investiu em fortes parcerias de delivery, implementando essa e outras tecnologias nas franquias rapidamente. Inclusive, em fevereiro de 2021, a rede apresentou crescimento de mais de 20% nas vendas online.
4.7 O que saber antes de investir
Muitas pessoas acreditam que para investir em franquias basta ter dinheiro para investir e disposição para administrar. Claro que essas duas premissas são essenciais para o início do negócio, entretanto, antes de assinar os papéis é preciso estudar bastante e passar por uma espécie de processo seletivo para identificar o seu tipo de perfil.
Normalmente, essa avaliação ocorre já no primeiro contato, quando a marca solicita o cadastro inicial do interessado. Nessa fase há uma análise profunda sobre cada um dos pontos abordados. Depois são pedidas referências, o candidato passa por algumas entrevistas, passa por uma nova análise, para então definir se será possível abrir ou não uma franquia.
Outro ponto que é essencial saber antes de iniciar um investimento é que todas as modalidades possuem riscos. Algumas em maior escala, outras menos, entretanto é preciso estar ciente de que em alguns casos pode haver perda financeira.
Antes de investir, principalmente em franquias, é preciso planejamento. O franqueado precisa ter em mente que conseguirá administrar um negócio, além de que terá capital suficiente para manter o negócio até que ele comece a render dinheiro. Como já explicado anteriormente, o empreendimento só começa a render após um certo tempo, sempre baseado nos cálculos do prazo de retorno de investimento – payback.
Analisar as questões jurídicas da empresa na qual pretende investir também é fundamental. É preciso verificar se a rede cumpre com todas as obrigações legais, se tem uma boa saúde financeira e cuida bem de sua rede de franqueados. A COF é essencial para análises desses quesitos.
As taxas também farão parte da rotina do investidor. Seja aplicando o dinheiro em instituições financeiras ou buscando o sistema de franquias, sempre vão haver taxas, muitas vezes altas, e que devem ser pagas em dia.
Por fim, é preciso saber que uma franquia é um negócio como qualquer outro. É preciso conhecer o básico de processos administrativos, financeiros e saber o fundamental sobre gestão de um negócio ou, ao menos, ter muita vontade de aprender para contar com o suporte da franqueadora. O empreendedor vai lidar com terceiros, sejam funcionários ou fornecedores, então é preciso ter uma boa comunicação para que o trabalho flua. É preciso conhecimento na área de investimento, se busca empreender com cosmético, por exemplo, é essencial que conheça o produto e um pouco do mercado.
No mais, é necessário entender a responsabilidade empregada no negócio. A marca que o empreendedor está representando é o sonho de alguém e que foi confiado em mãos de terceiros. Portanto, é importante ter uma responsabilidade com o intuito de ampliar o mercado da marca, além de ser responsável com quem consumir os produtos, sejam alimentícios, cosméticos ou de qualquer outro setor. O cliente é quem vai consumir e indicar para outros, fazendo com que o negócio seja ampliado.
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4.8 Qual é o passo a passo para investir em franquias?
1 – Busque conhecimento sobre o ramo, estude, leia e aprenda o máximo que conseguir sobre o assunto;
2 – Defina com base na autoanálise qual o melhor modelo de franquias para você. Qual se encaixa melhor no seu estilo de vida e que você se identifique;
3 – Busque franquias que o valor esteja dentro do seu orçamento, evite empréstimos e muitos sócios;
4 – Pesquise o máximo de informações sobre as franquias que mais te chamaram a atenção. Busque quantas lojas ela possui, quando se tornou uma franquia, qual é a história por trás da marca;
5 – Faça o cadastro prévio na rede de franquias de sua escolha e aguarde o contato;
6 – Converse com pessoas responsáveis pela marca e entenda melhor o modelo de negócio;
7- Participe do processo seletivo, das entrevistas e aguarde o resultado final.
Fui aceito e agora?
1 – Faça uma análise bem detalhada da COF. Leia com calma todos os detalhes, essa fase é essencial para evitar problemas futuros;
2 – Escolha bem o ponto comercial em que vai instalar seu negócio. A boa experiência com franquias vai depender bastante desse fator;
3 – Analise seus concorrentes e região próxima do local em que estará localizada sua franqui;
4 – Entre em contato com fornecedores e comece a estruturar a loja. Veja se o ponto precisará passar por reformas. Comece a analisar funcionários;
5 – Participe de treinamentos, aprenda sobre o negócio e aprenda sobre as estratégias de marketing e captação de clientes da marca;
6 – Inaugure a franquia com otimismo, capriche nas primeiras e segundas impressões;
7 – Entenda seu papel como franqueado e respeite as normas impostas em contrato pelo franqueador;
8 – Desenvolva sua administração sempre em parceria com o suporte e consultoria da franqueadora, tenha uma boa gestão e veja seu negócio render frutos.
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Açaí, a Pérola Negra da Amazônia;
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